Alienação mental dá isenção de Imposto de Renda?

A alienação mental pode gerar isenção de IR sobre aposentadoria ou pensão. O ponto central é comprovar o comprometimento psíquico ou cognitivo de forma adequada. Na via administrativa, costuma-se exigir laudo de serviço médico oficial. Já na Justiça, esse requisito pode ser flexibilizado conforme entendimento consolidado do STJ.

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O que é alienação mental para fins de isenção de IR

Aqui existe uma confusão muito comum. Alienação mental não é um diagnóstico específico, mas sim um estado de comprometimento mental ou cognitivo grave, que afeta a capacidade de discernimento, autonomia e gestão da própria vida.

Na prática jurídica e previdenciária, a alienação mental pode decorrer de diferentes doenças, como:

  • Alzheimer e outras demências (vascular, frontotemporal, mista);
  • Sequelas neurológicas graves (pós AVC, traumatismo craniano);
  • Transtornos psiquiátricos severos, avaliados caso a caso.

O ponto chave não é o nome da doença, mas o impacto funcional que ela causa:

  • perda de discernimento;
  • incapacidade de gerir finanças;
  • dependência de terceiros;
  • prejuízo relevante nos atos da vida civil.

Onde está o direito? O que a lei realmente isenta?

A base legal da isenção está no art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/1988, que inclui a alienação mental no rol de doenças graves.

Atenção a um ponto essencial

A isenção não se aplica a qualquer renda. Ela alcança, em regra:

  • proventos de aposentadoria;
  • reforma;
  • pensão.

Ou seja, salários, aluguéis ou outras rendas fora desses proventos não entram automaticamente na isenção.

Pedido administrativo x pedido judicial: onde está a maior dificuldade

1. Via administrativa (Receita Federal / órgão pagador)

No pedido administrativo, a Receita orienta que a comprovação se baseie em laudo pericial emitido por serviço médico oficial (e inclusive disponibiliza a data de início da isenção).

De forma resumida o entendimento padrão é:

  • exigência de laudo pericial emitido por serviço médico oficial;
  • uso de modelo para laudo;
  • definição rígida da data da isenção, conforme o laudo.

Na prática, quem apresenta relatórios de médicos particulares costuma enfrentar:

  • exigências adicionais;
  • indeferimentos;
  • demora excessiva.

2. Via judicial (quando o administrativo trava)

Na Justiça, existe uma “virada de chave” importante: a Súmula 598 do STJ que estabele:

“É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente comprovada a doença por outros meios.”

Se o laudo oficial é inviável, negado ou demora excessivamente, a Justiça admite:

  • relatórios médicos particulares bem fundamentados;
  • prontuários;
  • exames;
  • conjunto probatório consistente.

Alzheimer gera isenção de IR?

A resposta é: sim, quando há alienação mental.

O STJ já reafirmou que pessoas com Alzheimer têm direito à isenção de IR, desde que a doença resulte em alienação mental.

Mais uma vez, o foco não está no rótulo da doença, mas no grau de comprometimento cognitivo demosntrado.

LOIT Aposentadoria – direitos previdenciários do aposentado

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Para facilitar, preparamos um checklist dos documentos que irão te ajudar.

O que pedir ao médico (simples e respeitosa)

Uma sugestão prática de abordagem:

“Doutor(a), preciso de um relatório médico para fins de isenção de Imposto de Renda por moléstia grave (alienação mental). Poderia descrever o quadro, a evolução e, principalmente, as limitações cognitivas e a incapacidade para gerir a própria vida e finanças, indicando desde quando isso ocorre?”

Esse cuidado na descrição fara toda a diferença!

Roteiro rápido para decidir o melhor caminho

  1. Reunir documentos do benefício e informes de rendimentos;
  2. Obter relatório detalhado no médico assistente;
  3. Avaliar se o laudo oficial é viável;
  4. Se o administrativo travar, estruturar prova médica robusta;
  5. Optar pela via judicial com base na Súmula 598 do STJ.

Perguntas frequentes (FAQ)

Alienação mental é a mesma coisa que Alzheimer?

Não. Alzheimer pode levar à alienação mental, mas o que importa é o grau de comprometimento funcional.

Precisa de laudo médico?

Via administrativa normalmente sim, via judicial não é obrigatório se houver prova suficiente.

A isenção vale para qualquer renda?

Não. Aplica-se aos proventos de aposentadoria, reforma e pensão.

É possível pedir valores retroativos?

Em muitos casos, sim. O marco inicial depende da prova e do caminho escolhido. A via administrativa não costuma pagar retroativos.

Informação clara evita perda de direitos

A isenção de IR por alienação mental é um direito previsto em lei, mas que, na prática, exige leitura técnica, organização documental e escolha do caminho adequado. Muitas negativas e atrasos não acontecem por falta de direito, mas por falhas na comprovação, interpretação equivocada ou uso de um procedimento que não corresponde à realidade do caso.

Dentro do ecossistema Legalmart, a LOIT Aposentadoria atua justamente para transformar direitos previdenciários em decisões mais seguras. O foco não é apenas verificar se há isenção, mas como exercer esse direito da forma mais adequada.

Quando o direito é bem compreendido, ele deixa de ser um obstáculo e passa a ser uma ferramenta de proteção.

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